10 de março de 2015

O desmame Natural - 3 anos e 5 meses

A amamentação mudou a minha forma de pensar e me fez repensar , assim como a gestação e o parto foi uma etapa de transformações e conhecimento. O conhecimento foi construído junto a minha filha...Toda nossa história ate aqui criamos um vínculo muito forte de carinho, troca e superação.
Amamentar foi uma escolha consciente, não foi uma opção ou tentativa.
Outubro 2011 - 1 mes de nascida
 No enxoval  não inclui mamadeiras, apesar das cobranças e de ouvir"poderá precisar" etc...  Na alimentação aprendi na prática que tudo passa para o leite materno e que este é o alimento completo nutricionalmente para uma criança até os 6 meses. Lembro dos primeiros dias e o seio com muito leite inchado até com nódulos e doía, mas quando ela acordava e sugava o leite era um mix de alivio, ternura, amor..uma sensação gostosa de ser alimento e mãe!
Tive o apoio  de meu esposo, minha sogra e minhas parteiras que me muniam de informações preciosas e exemplo. Fui orientada por Prazeres a juntar vidros de café solúvel para estocar o leite materno e assim retornar ao trabalho após a licença maternidade.
A fase da ordenha, estoque e oferta de LM merece um capítulo a parte por tudo que passamos dos 3 meses à 1 ano de Hadassa, acredito que fui além das minhas próprias expectativas e superei e vencemos e graças a esta determinação o vínculo não foi cortado ali.
Com 1 ano e 10 meses eu emagreci bastante,me sentia fraca e estava com estress e a culpa de tudo sempre recai sobre  amamentar: - "Tá muito magra e a menina gordinha" "ela está te sugando, para com isso" "Nao precisa mais amamentar" etc.. etc...Eu sempre fui magra e apesar de sentir que não estávamos prontas, eu estava insegura (porque sempre me agradou amamentar) tentei desmamar, mas o ato de negar e vê-la chorar sem entender o porque não poderia mamar me doeu muito, foi só 1 dia e logo vi que este não era o caminho, após tudo que passamos ...procurei um grupo de amigas no facebook e uma delas querida médica me recomendou um multivitamínico, que abriu meu apetite e me ajudou. As conversas com outras mães é sempre muito bom a troca de experiencias e vivencias, ajuda a relaxar e refletir.

Aos 2 anos aconteceu o desfralde e comecei a ler sobre o desmame natural, concluir que era relaxar e deixar acontecer naturalmente como os relatos, algo como se as duas sentissem e os sinais.
A criança ao falar e mamar é emocionante, declarações de amor, apelidos carinhosos, pedidos suplicantes e insistentes...vou guardar com carinho cada palavrinha no coração: Pe, Peitinho, Pequenininho, Grandão, Meu docinho, Meu amigo peitinho ....
Mamar ao dormir, ao acordar , quando chora é o aconchego, quando adoece é alimento e carinho!

Janeiro 2015 - 3 anos e 4 meses
Aos 3 anos notei que a frequência diminuiu , estando fixo apenas a hora do sono para mamar.
Eu sentia que estava próximo  e cada contato era uma despedida aos poucos..bem suave para nós.
Uma semana antes do carnaval de 2015 apareci com bolhas pelo corpo, febre e dor no corpo, estava com Catapora aos 27 anos, a noite quando não sabia o que era mesmo estando com febre  dei de mamar para ela dormir: Foi a ultima vez.
Eu fiquei muito nervosa com os sintomas e tive medo de passar para ela a catapora; Mandei que ela ficasse com a vovó para me tratar e foi nossa 1° separação.
Em casa eu ainda apertava o seio e saia o leite, mas com muito esforço..então notei que estava indo embora sem o estímulo dela. Ao nos reencontrar disse (e era verdade) que tinha catapora até no peito e ela entendeu.
Após me recuperar da varicela, numa manha ela pediu para mamar com toda vontade, eu dei..mas ela disse que não tinha mais leitinho e tentou o outro que também estava vazio. Eu aperto e com muito esforço sai uma gota!
Nesta ultima semana ela veio sentou no meu colo e tirou o seio como se fosse mamar, mas ela fez
carinho, conversou se despediu e eu chorei.

A amamentação foi uma fase muito importante e eu a vivi e agora revivo por meio de palavras e doces lembranças, teve seu inicio e o fim, e todo dia me sentia feliz , importante e poderosa!
  

23 de fevereiro de 2013

A espera da chegada

Existe Gestação longa? Ou um tempo determinado para nascer?

A espera nem sempre é rápida, quando estamos a espera de algo que desejamos muito, com a qual sonhamos em ver realizado...as vezes a espera é lenta; As vezes a espera termina de forma surpreendente, quando menos imaginamos. Cada dia que passa pode ser o dia da chegada do bebê.
A insegurança, ansiedade e principalmente o medo do desconhecido assombram milhares de mulheres; Neste cenário a mulher está mais sensível e sugestionável o que leva uma parte dessas mulheres a junto com a disponibilidade de seu médico , claro, a marcarem a data da chegada de seu filho ao mundo de uma aparente forma simples, segura e garantida, além do status atrelado ao evento.
Outra parte das mulheres sofre pressões dos familiares e amigos que cobram da gestante todos os dias pelo parto, como se o útero que abrigou o bebê após 36 semanas fosse um local perigoso.

O sinal que verdadeiramente assegura a saúde e condições apropriadas para o nascimento é quando desencadeia o trabalho de parto, o que por meio de uma harmoniosa comunicação hormonal indicando que os pulmões do bebe enfim podem respirar.

Mulher aproveite sua gestação, este é o momento sublime da sua vida, que ao contrários dos demais animais, vamos passar poucas vezes na vida ou uma única vez. Seu útero teve o tamanho aumentado 1000 vezes para gerar seu filho, seu sangue e placenta o nutriram e tornaram possível sua existência neste mundo.

Sejam atrevidas e muito corajosas, superem seus medos e descubra o prazer de dar à luz, da fragilidade brotar uma força inexplicável  a dor fala com nossa alma e nos torna maduras e diferentes e após o bebe sair completamente é tomada de um amor enorme e esquece tudo que aconteceu, como num sonho.. o tempo pára e a vida passa a ter sentido.

A árvore da vida - Placenta, no Brasil são incineradas pelas maternidades, sua tintura tem poderes curativos para mãe e filho, se fosse utilizada salvaria muitas vidas, mas é desmatada e uma verdadeira desconhecida das mulheres que a produzem.





19 de fevereiro de 2013

Relato de Amamentação: O vínculo permanece


“O lado do coração”
“Sempre tive certeza que conseguiria amamentar, mesmo tendo que retornar ao trabalho após 120 dias de licença maternidade e Hadassa com apenas 3 meses e meio. Assumo que me bateu uma insegurança, até pensei em pedir demissão do trabalho para ficar com ela. Mas com o apoio da família, com informação e determinação eu consegui.”
“Assim que ela nasceu foi entregue a mim levei-a para meu lado esquerdo instintivamente o lado do coração.”
Não tive problemas relacionado com a amamentação como rachaduras ou fissuras nos seios, após as mamadas passava o próprio LM para cicatrizar e higienizar o local; Durante a gestação expunha o bico ao sol e ficava sem sutiã em casa usando apenas vestidos leves e camisetas, estas ações auxiliaram no fortalecimento da região preparando-me para esta fase.
Ela parecia uma bonequinha delicada, mas quando estava com fome ficava brava que nem uma leoa costumava chamá-la assim, me sentia como se sonhasse, observava ela sugar com tanto vigor, algumas vezes até se engasgava. Nesses primeiros dias recebi doses viciantes de Ocitocina, o hormônio do amor, como eu sentia prazer em amamentar minha filha. Tomei cuidados com alimentação como recomendou D. Prazeres (minha parteira) como evitar tomar café em xícara de chá e sim na xícara de café. Só me descuidei com doce de leite, que mitos dizem ser bom para aumentar produção de leite, mas nada disso é verdade ocorreu que toda vez que eu comia doce de leite ela apresentava cólicas e a 1° cólica agente não esquece, chorava junto com ela, um ser tão delicado sentindo uma dor tão forte e eu ser a causa, não aguentei!
Teve também a posição de amamentar que não estava fazendo da forma correta. Aprendi que tudo o que eu comia passava para o leite materno,sabores, e nutrientes dos alimentos então veio a conscientização e a busca de melhorar a cada dia minha alimentação.
Com a descida do leite fiquei com os seios bem duros e grandes e alguns nódulos estavam formando causando dores no local, fiquei muito preocupada depois que uma tia veio me assustar com histórias de mastite e empedramento, aí passei a fazer as massagens circulares, retirar o excesso de leite no banho o que aliviou bastante.
Como Hadassa nasceu em período de verão veio a sugestão da avó de dar água, “porque leite é doce e dá sede” O quê?Como assim?! Não precisa não porque o leite também é água, o LM é tudo o que o bebe precisa até os 6 meses. Sempre tinha que lembrá-la disso neste 1° momento, pois o mito que o LM é aguinha rala era bem persistente nesse período.
Outro momento que lembro foi por volta de 1 mês Hadassa apresentou acne neonatal ficou tão feinha com a pele toda espinhenta, até fui julgada injustamente que era eu beijando a menina e nada tinha haver era acne neonatal mesmo e conversei com D. Prazeres ela disse para eu passar o leite materno nas áreas afetadas na pele, pesquisei e vi que a orientação estava corretíssima, pois por ser solução estéril também possuía uma enzima que inibia o desenvolvimento da acne, inclusive fonte de pesquisa recente na Universidade da Califórnia para desenvolvimentos de cremes cosméticos para tratamento da Acne em adolescentes e adultos utilizando LM, ora em 2 dias a pele de Hadassa estava linda e de bebe novamente; Quando relatei a Prazeres a melhora e também sobre as tais pesquisas, ela sorriu ao telefone e disse: - O LM sempre foi o medicamento que usei para tratar isto e outras doenças nos bebes.
Eu pari em Setembro e em meados de Novembro comecei a buscar informações sobre como faria para permanecer amamentando com o retorno ao trabalho,não passava pela minha cabeça substituir meu leite por outro, estava muito aflita sem saber o que fazer e minhas comadres D. Prazeres e Danieli me orientaram a começar a juntar vidros tipo nescafé com boa vedação para armazenamento de LM, comecei uma campanha pelo Orkut e Facebook.
Eis a campanha que montei:

Compartilhando com amigos e familiares o que me rendeu NENHUM vidro, a maioria das pessoas usavam a descupa de que só consumiam café solúvel em refil porque é mais barato (o que é “gastar” R$1,00 a mais do valor do produto para doar para uma mãe que quer amamentar seu filho?) Acho que as pessoas estavam incrédulas quanto ao sucesso desta ação, mas o que a maioria das pessoas pensa nunca me impediu de alcançar meus objetivos quando tenho certeza que posso alcançá-los , ouvi até um zum zum zum de “deixar de invenção e de ser pão dura e comprar lata de leite pra menina”; Como vi que não tinha futuro arrecadação daquela forma, comecei a pesquisar no Google sobre doação de vidrinho nescafé e entrei no link do grupo Grávidas e Mamães em Recife (Orkut) e cai de paraquedas em um fórum onde outras mães estavam doando e recebendo vidros para armazenar leite materno para seus bebes, eu fiquei muito feliz, enfim eu não estava sozinha e outras mães conseguiram eu agora tinha certeza que iria conseguir até o fim! Escrevi uma mensagem de apelo para Magna Costa pedindo que me doasse os vidros de nescafé pelo motivo mais honrado do mundo, ela um anjo e minha amiga desde então, me respondeu com todo carinho que tinha 11 vidros e que me doaria. Ela me deu apoio e incentivo, com a única condição de devolvê-los quando ela retornasse a trabalhar após sua LM (estava gestando Bruna), pois faria o mesmo.
Uma etapa resolvida busquei assisti vídeos ensinando a ordenha manual, li sites sobre a técnica, higienização, armazenamento e oferta do LM ao bebê, liguei para o banco de leite do IMIP para tirar dúvidas e ter esclarecimentos.
Na segunda quinzena de Dezembro comecei a ordenha e armazenamento, junto com os primeiros testes e adaptação de Hadassa a nova forma de mamar; Li a respeito que a forma mais indicada seria com o uso de copo tipo cachaça, mas tive a resistência de minha sogra que colocou várias barreiras para não ofertar desta forma e sim com o uso “mais prático” da chuquinha. O medo que me rondava nesta época era Hadassa se acostumar com a facilidade de sugar numa mamadeira e não querer mais mamar.
Na primeira vez que foi ofertado a ela em chuquinha ela aceitou, mas depois não quis mais e  comprei uma mamadeira NUK, porém ela também não se adaptou, tendo que ser por meio de copinho. Continuamos durante umas 2 semanas com a rotina de ofertar o LM (minha sogra ofertava em minha ausência) antes de voltar a trabalhar.
Um dia antes de retornar ao trabalho estava muito ansiosa, mal consegui dormir; No dia pensei que duraria uma eternidade esta separação, fiquei tão estressada que meu peito secou. Quando fui tentar fazer a ordenha no trabalho não saia nada, nem uma gotinha..foi aí que me aperriei mais ainda, foi desesperador. Só vinha na minha cabeça “Como vou fazer daqui pra frente para alimentar minha filha?” Encontrei na hora do almoço com um amigo, que não via há tempos, falei que estava retornando ao trabalho e da situação de não ter leite, ele me disse: “ Minha esposa também foi assim, a médica dela passou Tintura de Algodoeiro e ela teve tanto leite que até doou ao banco de leite do IMIP” corri para a empresa e pesquisei sobre esta tintura e tudo que encontrava era satisfatório, encomendei em uma farmácia de manipulação. Li também que mães que estão passando por situações de estresse ou muita tensão produzem uma quantidade anormal de adrenalina, que bloqueia a ocitocina, fundamental à amamentação; Então resolvi me acalmar, tomar a tintura de algodoeiro e começar uma dieta de alimentos que influenciam no aumento de produção de leite e muita,muita,muita água durante o dia. Este foi o 1° dia do meu desafio, estava apenas começando a jornada.
Desta forma com concentração, calma e determinação consegui realizar no trabalho a ordenha manual de 1 vidro grande + 1 pequeno de LM todos os dias; Foram 9 meses desta rotina, até ela completar 1 ano de idade.
Notei que antes ela que dormia a noite toda passou a acordar pela madrugada para mamar como forma de compensação. Ano passado ela teve uma inflamação na garganta que durou 5 dias, ela já estava com 1 ano e 3 meses, foram 5 dias de retorno à amamentação exclusiva em livre demanda, seios cheios e vazando.
Eu superei minhas próprias expectativas não sabia até onde chegaria, mas me propus ao desafio e hoje não preciso mais realizar ordenha e todo processo que fazia, pois ela se alimenta bem com outros alimentos, ela permanece mamando por tempo indeterminado e minha maior satisfação é chegar em casa com os seios cheios de leite, ela correr para meus braços, puxar minha blusa e pedir seu “pê”.

Matéria da Folha de PE sobre as Mães trabalham e amamentam.

Sites recomendados:
Vídeos:
BANCO DE LEITE DO IMIP - O atendimento é feito de segunda à sexta, das 7 às 12 horas e das 13 às 17 horas  Tel. (81) 2122.4100/4103(Doações e Orientações Gratuito).

3 de dezembro de 2012

Cordão Umbilical - A importância de não ter pressa em desligá-lo

Escrito por Mayra Calvette – Enfermeira Obstetra e idealizadora do projeto Parto pelo Mundo

Fonte: http://doular.wordpress.com

Cortar o cordão umbilical é uma prática comum nos hospitais ao redor do mundo. Como se alguma coisa fosse acontecer se o bebê não fosse separado imediatamente de sua mãe e de sua fonte de oxigênio, sangue e nutrientes. Ou é uma pressa do profissional de acabar logo e passar para o próximo?

É uma prática enraizada na nossa cultura por milênios, e é reconhecia por Michel Odent como sendo mais uma “desculpa” para a separação imediata entre mãe e bebê. Como no passado se acreditava que o colostro (o primeiro leite) era prejudicial para o bebê.

Muitos estudos científicos têm comprovado os benefícios do corte tardio do cordão umbilical. Mas se pararmos para observar o lado do bebê e até outros mamíferos, fica fácil de entender.
O cordão umbilical sai do umbigo do bebê e se liga na placenta. A placenta por sua vez, está ligada a parte interna do útero materno. Durante toda sua vida o bebê recebeu oxigênio, sangue e nutrientes filtrados pela placenta. Envolto pela bolsa d’água, ele estava protegido, aquecido e confortavelmente apertado.

O parto é uma transição muito importante tanto para a mãe quanto para o bebê. O bebê passa pelo canal vaginal, o que estimula a saída de líquido pelas vias aéreas e também é importante para imunidade do bebê. Quando ele sai seus pulmões se expandem e a temperatura muda, estimulando a respiração. Mas o cordão umbilical ainda está ligado no bebê como esteve durante 9 meses! E ainda continua pulsando, enviando oxigênio, sangue e nutrientes.

Dessa forma o bebê ainda recebe oxigênio do cordão umbilical e tem a chance de aprender a respirar sem um corte abrupto dessa fonte. O cordão pode pulsar por vários minutos, soube de um cordão que pulsou por 40 minutos !

 Ele pára de pulsar naturalmente e passa de um cordão grosso e cheio de vida para fino e branco. Eu já vi bebês muito saudáveis só resmungarem, dar um chorinho, mas logo pararem… mas na minha prática com parto domiciliar só cortávamos o cordão depois de a placenta sair. Observe a foto do cordão umbilical ao longo de 15 minutos.


Se o corte é feito logo que o bebê sai, claro que ele vai dar aquele choro forte na hora, pois ele é obrigado a expandir os pulmões se não ele fica sem oxigênio! Além de também ficar sem o aporte sanguíneo que ele naturalmente deveria receber, que fica preso na placenta. Um desperdício! O bebê ganha cerca de 100 ml a mais de sangue pelo cordão umbilical até o 3o minuto de vida, o que é um volume considerável para um bebê. E esse aporte sanguíneo previne anemia no primeiro ano de vida. Há evidências suficientes para que aconteça a mudança na prática. Uma das recomendações da Organização Mundial de Saúde é o corte tardio do cordão umbilical.

Entre os outros mamíferos o corte do cordão umbilical é realizado depois da placenta ter nascido ou até mesmo horas após o parto. Pois se eles cortassem antes o filhotinho provavelmente teria uma hemorragia, pois eles não têm clamp para clampear o cordão umbilical e prevenir que saia sangue pelo coto umbilical. Então a natureza mostra que essa prática não é natural… não sei em que momento na história decidiram que cortar o cordão umbilical logo que o bebê nasce é benéfico. Mesmo o tétano neonatal poderia ser na sua grande maioria prevenido se o cordão umbilical fosse cortado algumas horas após o parto.

O cordão umbilical também tem o tamanho perfeito para o bebê ir direto para o colo da sua mãe, sem que seja cortado. E é ali que o bebê precisa estar. Do lado de fora de onde ele estava, na barriga da sua mãe. Para a mãe também é um presente ter seu tão esperado bebê em seus braços, trocar cheiro e olhares.É um momento fundamental para o vínculo entre mãe e bebê. A amamentação geralmente inicia nessa hora. É também confortante, pois o bebê estava dentro da sua barriga, então não dá aquela sensação de “vazio”. Também estimula a liberação de ocitocina materna e faz um peso no útero, evitando hemorragia e estimulando a saída da placenta.

Então, para que a pressa? A pressa é inimiga da perfeição! É tão simples, não requer mais habilidades, equipamentos ou investimento. Mas requer uma coisa: Paciência do profissional. Apenas esperar alguns minutos traz tantos benefícios!

A natureza é muito Sábia.

22 de novembro de 2012

Importância da amamentação na primeira hora


Existe evidência muito clara de que o início do aleitamento materno na primeira hora após o nascimento é muito importante para o bebê, a mãe e para o estabelecimento do aleitamento materno com sucesso.

"Hadassa assim que nasceu foi entregue em meus braços e logo a coloquei junto ao seio esquerdo ( o lado do coração) instintivamente! Fomos levadas juntas para meu quarto onde o cordão umbilical após parar de pulsar foi cortado pelo pai, ela foi entregue nos braços da avó muito emocionada e eu fiquei sob os cuidados de minhas parteiras que me ajudaram a expulsar a placenta, que saiu indolor como um coágulo; Hadassa retornou ao quarto e foram realizados os testes de apgar e pesagem, logo depois ela veio a mim e recebeu sua primeira vacina: O Colostro."


Hadassinha recém nascida

Estão bem demonstrados efeitos positivos de uma primeira mamada com sucesso:

·         Criação de confiança materna na capacidade de amamentar;
·         O bebê recebe os benefícios imunológicos do colostro;
·         São estimulados o funcionamento intestinal e a digestão do bebê;
·         Existe menor número de problemas de amamentação posteriormente;
·         A ligação e o vinculo mãe-filho são potenciados.

Para tudo isto é necessário da criação de um ambiente favorável, calmo, que a mulher entenda como favorecedor da amamentação e com uma relação amigável. O bebê deve permanecer com a mãe, sem interferências e o companheiro ou outro acompanhante devem sentir-se bem vindos. O período após o parto deverá ser um momento privado, relaxado e calmo para esta nova família, e os profissionais devem comunicar de uma forma cuidada e não ruidosa. 

Nas primeiras duas horas de vida existe um estado de alerta, em que o bebé fica desperto, calmo, de olhos abertos, atento aos sons e movimentos sendo o período em que o instinto de mamar é mais forte. Se, pelo contrário, o bebê não for colocado ao peito logo após o nascimento acaba por adormecer, dificultando o estabelecimento com sucesso do aleitamento materno. 
É o que ocorre normalmente em muitas maternidades onde o bebe após aspirado e limpo e ainda passa por procedimentos invasivos e muitos deles desnecessários é separado da mãe e levado para um berçário, onde pode chegar a receber leite artificial, tornando mais difícil o restabelecimento da amamentação. Estas são as primeiras horas da criança e são também as primeiras percepções fora do ambiente uterino.
Prestar atendimento a um recém-nascido no momento do parto se restringe na maioria das vezes a observá-lo e dar a ele o crédito a que tem direito durante sua adaptação à condição de vida extra-uterina. Geralmente não é necessária nenhuma intervenção, médica ou de outra natureza.
No site Narrativas do Nascer  pode conferir a listagem de Intervenções rotina com o recém-nascido e qual a posição da medicina baseada em evidências.

A quantidade de leite que o bebê mama é pequena. Este leite é um líquido espesso amarelado ou alaranjado, chamado colostro, rico em factores protetores de infecções, contendo todos os nutrientes necessários, e que também é benéfico para o funcionamento intestinal.
A amamentação sem restrições do número e da quantidade de mamadas deve ser um objectivo desde o início. O bebê deve mamar sempre que quiser, as vezes que quiser, o que contribui para uma melhor produção e descida do leite.Em raras situações os bebês não querem, ou não conseguem mamar. 

O insucesso na primeira mamada não significa que uma mãe não venha a amamentar com sucesso, mas claramente indica a necessidade de maior apoio nas próximas horas e dias, já que este facto está associado a dificuldades maiores no estabelecimento da amamentação.

14 de novembro de 2012

Eu renasci...

Relato do parto de Hadassa

“Quero compartilhar a experiência mais marcante de minha vida, aquela que me fez nascer denovo”


Uma breve introdução
Em Janeiro 2011 sentia-me grávida, na verdade sabia! Não precisava de atraso ou de exame eu simplesmente sentia que meu corpo estava diferente e falei para Gleyton, ele não acreditou muito, nem mesmo meus familiares – precisam de dados que comprovassem, mas desde o dia que fizemos amor bem no início do ano eu senti que havia fecundado e hospedava um novo ser.
Desde então adotei uma nova postura. Passei a pesquisar sobre o tema que até em então não sabia de nada e me deparei um universo, descobria a cada semana o quão maravilhoso e mágico é ser mulher e gestar! Mudei meus hábitos passei a me alimentar melhor.. Toda informação era muito bem vinda e aprendi a desconstruir para reconstruir conceitos e paradigmas. Coisas que acreditava serem corretas e verdades absolutas foram completamente minadas e em contrapartida conheci pessoas e aprendi coisas novas e bem naturais que me fizeram rever tudo e me redescobrir e refazer para está preparada para oferecer o melhor para minha filha ainda no ventre.
Quando estava com 6 meses de gestação ainda não tinha noção de local e como seria meu parto, meu médico de um plano de saúde disse na 1° consulta que não acompanhava partos, mas isso não era problema tendo em vista que meu plano não iria cobrir o parto tendo vista ter contratado ele com estava com 4 meses de gestação. As consultas eram mensais com uma espera de quase 2h, um médico que olhava exames, media pressão, pesava e sentia o bebe na barriga,porém não me falava nada e no final da consulta perguntava: - Alguma dúvida?! Ora nenhum doutor, o doutor Google já me responde diariamente! (não dizia isso, somente o não! mas bem que pensava) O assunto do parto estava deixando todos em casa muito preocupados, inclusive eu. Meu plano era esperar sentir as contrações e ir para a emergência do IMIP e fosse o que Deus quisesse! Lia reportagens que em 2011 tinha poucas vagas nas maternidades, de uma mãe que perdeu seu bebê por falta de atendimento etc..etc.. Isso me deixava cada vez mais aperriada.
Tinha em mente parir normal, mas até aí nunca tinha ouvido falar de humanização, grupos,intervenções...na minha cabecinha parir era sofrer, mas ainda era a melhor forma de pôr crianças no mundo. Tinha fé em Deus que tudo daria certo, pois ele projetou meu corpo para isso e confiava no seu zelo.
O encontro
Então numa manhã de Julho fui trabalhar e lá sentada na parte reservada do ônibus senta-se ao meu lado uma senhora magra e franzina, ela muito simpática puxa conversa sobre minha gestação e logo estamos conversando, ela fala que sua irmã é parteira e se eu não tinha visto ela na TV, ora eu disse – E parteira ainda existe?; Ela muito simpática confirmou que sim e disse que a irmã dela era parteira muito conhecida tinha pegado mais de 5mil bebês, se chamava Prazeres. Troquei telefone com ela e meu coração se encheu de uma felicidade inexplicável. Então ela percebeu que pegou o ônibus errado, deveria ter pego outro para ir para seu destino. Mas hoje sei que Dona Berenice entrou no ônibus certo, na hora certa. Este encontro foi marcado!
Cheguei no trabalho e  fui logo pesquisar sobre a parteira na internet, me deparei com muitos artigos e logo achei ela Dona Prazeres, muito parecida com sua irmã. Fiquei encantada!
Conversei com Gleyton pelo MSN e contei a novidade, mandei artigos, mas ele escreveu: - Vc ta doida??! Ter filho em casa que invenção... tira isso da cabeça!
Mas não dava mais pra tirar..sempre assistir vídeos de parto normal pelo youtube, porém sempre tive predileção por assistir aos vídeos de parto domiciliar, assisti apenas um hospitalar e fiquei aterrorizada com a episiotomia e a forma que era dirigido parto e o TP. No PD a mulher estava sempre feliz, realizada, ela era poderosa e estava à vontade! Quando soube que existia parteira pensei e senti: - Deus aceitou o desejo do meu coração.
Em busca de aliados, conversei com minha sogra, ela também era contra! Tentei convencer..pesquisei sobre os riscos, sobre a competência de Prazeres e ninguém me ouvia, parecia que eu era uma sonhadora. Foi aí que falei para meu sogro, ela é do interior e nasceu com parteira, ele me apoiou totalmente e ainda disse: - Para parir com um médico que nem sabe quem é, pode ser até um doido é melhor que seja com uma parteira boa! Minha mãe pariu 13 em casa e com parteira; Ele era um aliado!
Fui ao IMIP com minha sogra, mas após enfrentar 2 filas e muita espera disseram que só atendiam alto risco (Pré natal) e que eu deveria marcar uma consulta com vaga para daqui a 2 meses (eu já teria parido). Se eu chegasse lá em TP me atenderiam,mas a prioridade é de quem faz Pré-natal lá..blá..blá..blá..nada animador!
Assistir ao documentário com Prazeres – Trabalho de parto pelo youtube, sacramentando que eu a procuraria e estava nas mãos de Deus aquele sonho ou loucura! Liguei para ela e fui atendida por uma voz doce e cansada, de uma atenção e carinho que me deixou mais enamorada, marcamos um encontro para o domingo.
Fui com meu marido, ele super resistente e carrancudo foi! Meu sogro deu uma dura nele para que me acompanhasse! Chegamos em sua casa e foi muito bem recebidos, ela o ensinou a ouvir o bebe,sentir a cabeça e a coluna, convervou sobre tudo conosco, me passou a lista de materiais para o parto e nos desejou felicidade! – “Querer é poder, você é determinada!” – Meu marido ficou apaixonado por ela desse dia em diante..kkk! Ela me orientou procurar a Danieli Siqueira para ser minha doula e freqüentar as rodas de casais grávidos do Gestar. E assim foi – encontrei um novo universo, meus horizontes foram ampliados e a estrada estava só começando... 
O dia tão esperado chegou!  - 19/09/2011
Na madrugada de Domingo (18/09) as 4h da manhã despertei com uma sensação estranha na barriga,que não era dor, o bebe estava mexendo. Fui ao banheiro e vi que minha calcinha estava com uma secreção marrom, fui correndo para consultar na internet e constatei o que sentia: meu tampão mucoso estava saindo e este era o primeiro sinal que o trabalho de parto estava apenas começando. Fiquei muito contente, mas resolvi não acordar Gleyton, eu diria assim que acordássemos. Li que o tampão poderia sair com 1 semana antes do parto, mas no meu coração eu sentia que a hora chegou.
Pela manhã fui à casa de minha sogra e nos dois últimos dias eu pedia para ela medir minha barriga que estava baixando e neste dia ela estava com 4 dedos, então contei sobre o tampão e que naquela manhã comecei a sentir cólicas bem fraquinhas e irregulares. Ela ficou muito feliz e começou a planejar o cardápio do dia e os bolos que faria.
Liguei para Dona Prazeres, minha parteira, ela disse que eu estava em pródomos e recomendou que me alimentasse bem até o horário do almoço e procurasse dormir, que a mantivesse informada sobre as cólicas e a intensidade, pois ela estava preparada só aguardando ser chamada. Falar com ela é sempre um conforto, pela segurança e tranqüilidade que ela passa.
Passei o dia organizando tudo para o parto, conversando com Hadassa, para que ela ajudasse mamãe e acendendo brasas de carvão para queimar alfazema (os partos tradicionais no interior acendem incenso de alfazema o avisando aos vizinhos do nascimento do bebê), o aroma é ótimo e deixava a casa no clima de nascimento.
Trabalho de Parto
Por volta das 23 horas do domingo eu já estava com cólicas mais fortes, porém suportáveis e ainda irregulares, Hadassa mexia bastante. Estava aguardando a chegada de Dona Prazeres  e Danieli. Eu estava muito alegre com a chegada de Hadassa e estava muito sorridente; Deixei tudo em ordem, a casa, o material para o parto, o chá de canela, o incenso de alfazema. Quando elas chegaram pensei: “Está como planejamos, agora é minha filha nascer! Vai dar tudo certo”. Em momento algum duvidei disso: “Vai dar tudo certo”. Dona Prazeres me elogiou: “Hum toda sorridente e bem arrumadinha” como se já soubesse que mais tarde eu estaria fazendo caretas e completamente nua.
Danieli fez a escuta dos batimentos de Hadassa, estavam 140 por minuto. Perguntei a ela sobre a intuição espiritual de Prazeres, pois a minha informava que estava tudo bem, ela confirmou que a dela estava em perfeita sintonia com a minha.
Fui dormir com Gleyton, mas não consegui;Logo começaram as contrações mais fortes e regulares. Dona Prazeres disse que eu a chamasse assim que eu começasse a fazer caretas; Essas caretas vieram junto com as dores mais fortes e a chamei e logo vieram com todo carinho me atender. Fiquei sentada na bola suíça, dando pulos assim que a contração vinha; Caiu a ficha que daquele momento em diante entrei no mundo do parto, aquela madrugada seria marcante e minha filha estava perto de nascer.
Fizeram o 1° exame de toque e informaram que o colo estava bem fino e por isso era difícil constatar quantos centímetros de dilatação estava.
Tomei banho quente da cintura para baixo, o que é realmente muito relaxante, para se ter noção no banho minha barriga contraiu, mas eu não senti a dor;
Durante a noite o trabalho de parto foi assim: Contrações que foram tornando-se cada vez mais regulares e intensas, nestes momentos contei com o amor e força de meu marido que fazia massagens na região lombar e sacro, fez exercícios de agachamento comigo, me segurava quando eu sentia que não agüentava mais e também quando quase caí por duas vezes por causa do sono; Também contei com o carinho de Dani que me abraçava nos momentos de dores mais fortes, o que me energizava e ainda dizia palavras tão doces que acalmavam e tornavam suportáveis qualquer dor, pois me tornava consciente que a vida estava fluindo e minha filha estava cada vez mais pertinho de nascer; Dona Prazeres com seu olhar experiente e seguro me passava toda segurança que estava tudo bem, as dores eram necessárias e naturais, fazem parte do processo da vida; Gleyton me contou que o que o tornava mais calmo diante das minha dores era olhar para ela que vez por outra dava umas piscadelas de lado e dizia a ele : “está tudo bem!”
Ouvimos música toda noite, até arrisquei uns passos de reggae junto a Dona Prazeres. Eram sons conhecidos de Hadassa durante a gestação.
As 5h da manhã minha bolsa estoura, estava em posição da gatinha, ou de quatro, o que não foi muito confortável. Líquido de cor clara e limpo, o que significa? “Está tudo bem!”
Desta hora em diante as dores se tornaram mais intensas e quando olhava para o relógio o tempo passava a cada meia hora a ansiedade de parir era muito grande acompanhado das dores. Eu estava exausta e precisava dormir; Nos intervalos das contrações que estavam a cada 15 minutos eu me deitei no colchonete que estava na sala e dormi; Sabe aqueles sonos bem curtos que parece que você dormiu por horas?! Mas fui despertada por contração muito forte; “Vale salientar que deitada à contração parece multiplicada por 10X, admiro a força das mulheres que conseguem parir deitadas, pois para mim foi a pior posição que estive durante o trabalho de parto”; Dani me pedia para levantar as pernas o que aliviou um pouco e logo depois que ela passou era como se eu não tivesse sentido nada e caí novamente no meu sono revigorante, até ser despertada por outra contração.
Sentei na cadeira de parto e senti o aconchego do abraço do meu Gleyton, que sussurrava coisas tão bonitas e palavras de força ao meu ouvido sobre nossa filhinha e nosso amor.
Eram umas 7h  Dona Prazeres sugeriu mais um toque, eu não me animei com a  idéia, estava muito sensível e até as perguntas que ela fazia eu não entendia mais..Dani disse: “Ela gora entrou definitivamente no mundo do parto” - Partolândia; Eu me lembrei daquele banho quente tão relaxante e elas consentiram. Após o banho eu cheguei junto delas e pedi um analgésico, elas riram e Dona Prazeres disse: “Não tem”!
Foi então que após o toque Dani informou que sentia a testa de minha filhinha e que faltava tão pouco para Hadassa nascer, ela propôs que eu fizesse o exercício de agachamento com Gleyton sempre que sentisse a contração, eu achei que não fosse conseguir, mas uma força inesperada se apoderou de mim e comecei a caminhar pela casa e quando senti a contração agachava ou sentava na bola suíça para dar pulos; Não parecia em nada com a Nicole de 30 minutos atrás que pedira analgésico! Depois de cada contração eu pensava assim: o meu bebê está mais perto, ele está mais perto”. Foi então que comecei a sentir a famosa e tão esperada vontade de fazer força, eu estava de pé e fui para a cadeira de parto com Gleyton me segurando por trás. Era um mix de sentimentos e a vontade de fazer força a cada contração já minimizava as dores. Dona Prazeres e Daniele se prepararam para o expulsivo com tanta tranqüilidade e alegria me incentivava a cada contração a fazer mais força, pois “- Hadassa linda já está vindo”; As dores já estavam para trás agora era fazer força, os gemidos das contrações deram lugar aos uivos fortes que pareciam auxiliar na abertura do canal do parto e eu só pensava em ter minha filha em meus braços. A cada força eu sentia ela descer . Dona Prazeres e Danieli  estavam  já com sua cabeça nas mãos e Gleyton fazia massagem na minha barriga para auxiliar a saída, quando vi o corpinho sair e o chorinho  vigoroso dela ecoar na sala, uma sensação de alívio e uma emoção muito forte se apoderaram de mim, ter minha filha tão desejada em meus braços, conhecer seu rostinho lindo, sentir seu cheirinho e seu corpinho quente, pôr sua boca no seio e sentir seu reflexo de sugar. Agradeci ao Criador por nos ter proporcionado uma felicidade difícil de relatar em palavras. Meu amado esposo estava muito emocionado também, ele me disse ainda na gestação que só se sentiria aliviado quando nos visse juntas e estávamos bem ali envoltas nos seus braços.

Parir é uma experiência única, mágica e sublime.


O precioso COLOSTRO

Leite materno: substância protege o intestino dos bebês  - Fonte: Revista Crescer (online), 30/06/2009

O PSTI é encontrado em altos níveis no colostro e prepara o organismo para receber a alimentação que virá.  Ana Paula Pontes



O leite materno é o ideal para o bebê. E cada vez mais estudos comprovam o quanto é fundamental para o desenvolvimento e bom funcionamento do organismo da criança. Uma nova pesquisa realizada pela Queen Mary, Universidade de Londres, revelou que ele tem um ingrediente que protege e repara o intestino delicado dos recém-nascidos.

A substância é chamada PSTI (pancreatic secretory trypsin inhibitor - em português, inibidor da secreção da tripsina pancreática), uma molécula encontrada normalmente no pâncreas que protege o órgão de ser danificado pelas enzimas digestivas que produz.

Segundo os cientistas, ela foi encontrada em todas as amostras de leite materno, porém em níveis mais altos no colostro — (….) uma substância riquíssima em proteínas, minerais, gorduras e vitaminas.

Fonte: http://www.amigasdopeito.org.br


Para os pesquisadores, isso só reforça os benefícios da amamentação, especialmente nos primeiros dias após o nascimento do bebê.
A amamentação exclusiva é recomendada pela OMS até os 6 meses do e até 2 anos como complementação alimentar.
Por ser muito rico em proteínas, sais minerais e, principalmente, anticorpos, fortalece o sistema imunológico do bebê protegendo-o de infecções e viroses, por isso é também chamado de Primeira Vacina do bebê.

Nessa fase, logo após o parto e antes da apojadura, em que a mãe produz apenas o colostro é fundamental que o bebê passe a maior parte do tempo ao seio. Quanto mais ele sugar, mais ele estará estimulando os seios para a produção de leite

E não pense que ele não estará saciado durante esse período antes da descida do leite. A cada mamada, o recém nascido precisa apenas de o equivalente a uma colher de chá de colostro.


O colostro contém células vivas, o que o faz muito parecido em sua composição, ao sangue. Por exemplo, contém linfócitos que protegem o bebê contra muitas bactérias e vírus.
É rico em imunoglobulinas: cada litro de colostro contém 12g de Ig A, que protege o bebê especialmente de problemas intestinais e que à medida que ele cresce, vai diminuindo em quantidade.
Lactoferrina, que tem a capacidade de destruir as bactérias, lacto-albumina, lisozimas, carboidratos, lipídeos, nucleotídeos, fatores de crescimento, vitaminas, minerais e outros componentes, somam mais de 60, dos quais 30 são encontrados apenas no leite materno. Interrelacionam-se uns com os outros para ajudar ao bebê a se fortalecer e a responder às agressões do meio ambiente.
Amamente com freqüência e o mais breve possível após o nascimento do bebê.

•Se não for possível amamentar nas primeiras horas, extráia com a mão ou com uma bomba umas gotas de colostro até que o bebê possa mamar por si mesmo.

•Tome líquido suficiente, o que for necessário para matar a sede. Coma alimentos nutritivos.

•Durma ao menos uma sesta durante o dia.

•Deixe que o bebê mame quando deseje, sem impor um horário. Os bebês mamam quando necessitam. Se o bebê mama quando deseja, recebe o colostro, esse primeiro leite com muita proteína, e pouca gordura e carboidratos. É tudo o que ele necessita durante os primeiros dias.

•Não se assuste se sentir que tem pouco colostro. É o normal. O colostro é produzido em pequeníssimas quantidades, entre uma ou quase três colherinhas por dia. Essa quantidade de colostro é tudo o que o bebê precisa.

•Pôr o bebê no mesmo quarto da mãe, desde o hospital, permite que ela perceba com rapidez seus sinais de fome sem deixá-lo chorar.

•Muitos bebês recém-nascidos pedem para mamar com freqüência, e demoram muito pouco na mama. Poderíamos dizer que, quando o bebê recebe o colostro, está treinando para a sucção mais adiante e está avisando à mamãe de suas necessidades de alimento.

•Fique rodeada de pessoas que a apóiem e a animem. A melhor ajuda que você pode encontrar é para ajudá-la com o trabalho de casa e a atenção dos demais membros da família. As visitas nos primeiros dias podem ser sufocantes para muitas mães. Limitá-las por uns dias, convêm ao descanso da mãe e propicia o conhecimento da nova dupla.

Lars Hanson, MD, Ph.D., Imunologia do Leite Humano: como a amamentação protege o bebê.
Texas, Estados Unidos.
Nuevo Comienzo, Janeiro – Março/2007.
Tradução: Pajuçara Marroquim

Preparação dos seios para a mamada parte 2


A preparação das mamas deve acontecer ainda durante a gestação. Existem técnicas que podem ser usadas para fortalecer o bico do peito e estimular as glândulas mamárias.

  • Lavar o bico do peito apenas com água. Não utilize sabonete. Eles já têm uma hidratação natural ideal que deve ser preservada;
  • O banho de sol é um dos melhores procedimentos para preparar os seios. Tome de 10 a 15 minutos de sol no seio todos os dias, antes das 10 da manhã ou depois das 3 da tarde. O calor do sol deixa a pele mais resistente;
  • Na falta de sol pode fazer uso de Lâmpada comum com a mesma finalidade. O calor do sol e da lâmpada deixa a pele mais resistente.

Quando estiver amamentando deve tomar os seguintes cuidados:

  • Passar o próprio leite antes e depois da mamada, ele possui fatores de proteção e é cicatrizante para as fissuras;
  • Manter as mãos sempre limpas;
  • Deve-se evitar passar cremes e óleos na região do mamilo.
Entre dois e seis dias depois do parto, o leite "desce", ou seja, fica disponível para o bebê nas mamas. Conforme isso acontece, seus seios recebem uma irrigação maior de sangue, e os tecidos da área podem inchar. O resultado é que os seios ficam "duros", cheios e pesados.
Neste período você estará produzindo de 3 à 6 dias antes da descida do leite seu corpo produzirá o Colostro, substância riquíssima em proteínas, minerais, gorduras e vitaminas, que deve ser oferecido sempre ao bebê. Depois irei publicar uma matéria só sobre o maravilhoso colostro!

 O importante é lembrar que o isso é um bom sinal: você está produzindo leite para alimentar o bebê, e, com a ajuda dele, vai passar a produzir a quantidade adequada, desde que ele esteja pegando bem o seio e mamando tanto quanto quiser, chamamos de LD (Livre demanda), pois não existe hora pontual para a necessidade de comer, já pensou sentir sede agora e só poder beber água daqui a 2 ou 3 horas, imagine um bebe?!

 Algumas dicas para aliviar o desconforto do período da descida do leite:

  • Dê de mamar ao bebê com freqüência;
  • Massageie o seio ao mesmo tempo em que o bebê mama. Com isso, o fluxo do leite é estimulado, aliviando um pouco a dor e o desconforto. Capriche na massagem nas bolinhas mais "duras" do seio, onde há mais leite acumulado;
  • Aplicação de gelo nas mamas logo depois das mamadas, ou compressas frias feitas com uma fraldinha de pano molhada e deixada na geladeira ou no freezer;
  • Compressas quentes (ou frias) nos seios, banhos quentes e uma massagem delicada (antes e depois de amamentar) aliviam a dor. Se tiver dificuldade de fazer a massagem sozinha, peça ajuda: da mãe, do marido, da enfermeira. Não hesite em pedir auxílio. 
  • Passar o pente nos seios embaixo do chuveiro;
  • Tire um pouco do leite antes de cada mamada para que a área em torno do mamilo fique mais macia - o que facilita a pega do bebê e reduz o risco de seus mamilos ficarem machucados. Um bom jeito de fazer isso, com as mãos, embaixo da água morna do chuveiro - só a quentura da água talvez já faça o seio vazar sozinho, deixando a mama mais macia.
  • Pode fazer a prática da ordenha (também irei escrever sobre minha experiencia) e estoque do leite materno é uma oportunidade para doar a um banco de leite de sua cidade.


Muitas mulheres comparam o aleitamento ao aprendizado de andar de bicicleta: pode ser complicado no começo, mas, quando você pega o jeito, fica parecendo impossível que um dia não tenho sabido fazer.
Espero ter ajudado com orientações simples que se aplicadas corretamente iram ajuda-la a minimizar incômodos desta primeira fase da amamentação que logo se tornará muito prazerosa.


13 de novembro de 2012

Preparação dos seios para a mamada parte 1

As mulheres amamentam os filhos desde que o mundo é mundo, o que não quer dizer que não existam alguns truques para facilitar a sua vida e a do bebê na hora de mamar. O aleitamento dá ao bebê o alimento ideal, mas tem lá seus segredos. 
É bem normal agente ficar num dilema entre preocupação e romantismo com a amamentação, temos em mente aquela imagem imaculada da mãe tranquila com seu bebezinho no seio, claro que esse momento existirá, mas para chegar a esta fase existe a prática, onde mãe-filho iram aprender como  proceder.
A maior preocupação está no bico do seio, caso estes sejam invertidos ou planos, pois desta forma a amamentação será mais dolorosa, pois será o bebezinho quem o formará.
Eis os tipos de bico de seio existentes:





Para criar o bico existe a chamada monobra de Hoffman, um tipo de massagem que auxilia na formação do bico, segue o passo-a-passo:




A partir do 2º trimestre de gravidez Segure o seio com a palma das mãos, uma mão de cada lado, puxe as mãos para frente fazendo uma leve pressão, como se fosse uma ordenha. Repita esta operação quantas vezes quiser. Depois, faça o mesmo segurando com uma mão em cima e outra em baixo do seio. Faça o mesmo no outro seio. 
A partir do 3º trimestre de gravidez - Com os dois polegares sobre a aréola, puxe levemente para os lados e para cima e para baixo. Depois puxe o bico levemente, fazendo movimentos giratórios (como se estivesse girando um botão).







Caso o bico do seu seio seja plano, use sutiã de alças largas com oríficio central e faça os exercícios descritos acima.





Cuidados com a mama:

Evitar :
  • Usar sabão, creme, ou pomadas nos mamilos.
  • Nada de substâncias como água boricada ou bicarbonatada, que levam ao ressecamento da pele e às rachaduras do mamilo.
A pressão constante da boca do neném nos mamilos da mãe pode provocar rachaduras. Por isso, desde a gestação, vale ajudar essa preparação, com o uso do sutiã especial para a amamentação, sem a cobertura da frente – o que possibilita o atrito direto do seio com o tecido da roupa. Isso estimula a fabricação da queratina, uma película protetora da pele.

O leite materno é cicatrizante e protetor - Por isso, deve secar no mamilo após a amamentação. 
A nutriz só deve limpar o seio antes de amamentar com o próprio leite materno. 

Desejo boas mamadas queridas!!

12 de novembro de 2012

Método Canguru - metodologia salvadora e de baixo custo




Eu faço uso do sling, carregador de bebes que consiste num tecido com argolas. Acho muito prático e assumo que o sling é responsável não apenas pela praticidade de carregar minha filha, mas também pelo aumento do nosso vínculo. 
Irei publicar matérias sobre o tema e vou começar pelo Método Mãe Canguru, prática adotada pera bebes nascidos pré-termo com baixo peso que ficam próximos a mãe todo o tempo. 
Um breve relato
O Método Canguru foi desenvolvido em 1979 no Instituto Materno-Infantil de Bogotá (Colômbia) e vem sendo utilizado em vários países, principalmente naqueles que dispõem de um número insuficiente de incubadoras. Porém, no Brasil, esta estratégia tem uma conotação diferente, ela visa principalmente uma mudança de atenção à saúde chamada de humanização. O Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP) é percursor do uso do método aqui no Brasil desde 1994 utilizaé um tipo de assistência neonatal que implica em contato pele a pele precoce, entre a mãe e o recém-nascido de baixo-peso que fica na Posição Canguru, consiste em manter o recém-nascido de baixo-peso, ligeiramente vestido, em decúbito prono, na posição vertical e contra o peito da mãe.


Veja quais são as 10 considerações mais importantes 

quando se fala de método Mãe Canguru.
1 – O bebê DEVE ficar na POSIÇÃO CANGURU, ‘amarrado’ entre os seios da mãe, DIA E NOITE.
2 – A mãe PODE: comer e passear com o bebê. Quando a mãe for tomar banho ou usar o banheiro, o bebê pode ser colocado na cama. Neste momento, lembrar de LIGAR O AQUECEDOR DO QUARTO.
3 – A MAMÃE AQUECE O BEBÊ, com o seu corpo. O contato é direto da pele do bebê com a pele da mãe e a roupa só atrapalha. Então o bebê deve ficar somente com fraldas, meias e gorro.
4 – Roupas, mantas e cobertores protegem mas NÃO AQUECEM o bebê, que pode ficar frio (hipotermia), não engordar e ficar doente.
5 – O prematuro às vezes ‘esquece’ de respirar (apnéia). Quando está no canguru, a RESPIRAÇÃO DA MÃE ‘LEMBRA’ AO BEBÊ DE RESPIRAR durante todo o tempo.
6 – O prematuro ‘golfa’ muito e na POSIÇÃO CANGURU fica mais PROTEGIDO DE SE ENGASGAR com o vômito. Depois que o bebê mamar fique com ele na posição, sentada por meia hora.
7 – Quando o bebê for COLOCADO NA CAMA, não deve ficar diretamente sobre o colchão, use um travesseiro ou cobertor dobrado, para que ele fique elevado,‘QUASE SENTADO’. DEPOIS DE MAMAR, o bebê deve ficar DEITADO DE LADO apoiado em um rolinho ou travesseiro para não se virar, isto evita que ele se engasgue quando ‘golfar’.
8 – A mãe DEVE: dormir com o bebê ‘amarrado’ na posição canguru e dormir em posição ‘quase sentada’.
9 – O bebê NUNCA deve dormir na cama ao lado da mãe e NEM “solto” sobre a mãe. Os riscos de acidente são reais.
10 – O melhor ALIMENTO PARA O BEBÊ PREMATURO È O LEITE DE SUA PRÓPRIA MÃE. Este é um presente de “saúde” que SÓ VOCÊ pode dar ao seu bebê.


Site para consultar mais sobre o assunto:

Porque não dar água ao bebe na amamentação exclusiva até 6 meses

“Amamentar é o bem mais precioso que uma mãe pode dar ao filho. Diante de doenças ou desnutrição, pode ser o bem que salva vidas; diante de pobreza da pobreza, pode ser o único presente.”

Dr. Ruth Lawrence

"A amamentação é muito mais que alimentação, porque estamos nutrindo, amando, nos tocando e olhando é um vínculo perfeito de amor que brota a cada pega."
(Nicole Silveira)

Porque o ser humano não está em equilíbrio com sua natureza que toda a natureza sofre, já ouvi essa máxima algumas vezes e é um fato, cada vez mais menos bebes mamam exclusivamente até os 6 meses de vida, tal recomendação expressa da OMS (Organização Mundial de Saúde) é desprezadas quando em dias quentes oferecemos água, sim caras amigas: água, pois quando ingere agua o bebe também mata a fome e assim mama menos e desta forma absorve menos nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Pensando em aliviar a sede e com as melhores das intensões muitas mães e avós cometem erros, falta de informação é o principal problema.
 O LM (Leite Materno) é a substancia milagrosa, capaz de minimizar e tenho tanta fé neste líquido que me atrevo a dizer que também pode erradicar a mortalidade infantil, por motivos de desnutrição e baixa imunidade! Li uma reportagem hoje que me deixou perplexa com o poder milagroso do leite humano, o que me motivou a escrever este tópico: http://mamamiaamamentar.wordpress.com/2012/09/29/a-cura-pelo-leite-materno/Outro texto importante que explica muito bem o porquê de não oferecer água bebês em dias quentes, na verdade é que em dia nenhum até os 6 meses (se a acriança mama exclusivamente em livre demanda) http://alimentosaudeinfantil.wordpress.com/2010/09/03/quantidade-de-agua-para-o-bebe-ou-crianca/Se você quer dar água ao seu filho beba água, assim você ajuda a produzir mais leite materno para ele. O leite materno contém 88% de água.A água contida no leite materno consumido por um bebé exclusivamente amamentado satisfaz a necessidade de água do bebé e fornece uma margem considerável de segurança. Apesar de um recém-nascido ingerir pouca água noprimeiro leite   amarelado e espesso (colostro), não é necessário dar água ao bebé, pois este já nasce com uma quantidade extra de água. A água contida no leite materno excede as necessidades de água do bebé em condições normais e é adequada para os bebés amamentadosem climas quentes e secos. Estudos indicam que os bebés saudáveis exclusivamente amamentados nos primeiros seis meses de vida não necessitam de líquidos adicionais, mesmo em países com temperaturas extremamente elevadas e baixa umidade.

Bem, porque comecei o texto com a questão do equilíbrio natural e estamos em desequilíbrio?! Se observarmos na natureza, temos gatinhas na casa de minha sogra e elas deram cria, elas amamentam seus filhotes instintivamente; fazem CC (Cama compartilhada); os gatinhos não bebem água enquanto mamam exclusivamente. As gatinhas não duvidam do poder do leite que produzem e também não oferecem outros alimentos aos gatinhos porque seu leitinho é fraco e insuficiente! O leite materno da gata é o alimento adequado para os gatinhos, assim como o leite materno humano é o melhor para bebes humanos e assim entre todos os mamíferos.
 Em outra observação ainda com s gatinhos, quando eu era criança deixaram no quintal da minha casa uma caixa com 2 gatinhos, ainda tão novinhos que só mamavam, arrumei uma mamadeira chuquinha e leite em pó batido com agua e alimentei aqueles bichinhos, eles sobreviveram e cresceram. O que quero colocar é que o LM é o alimento melhor e mais adequado alimento, mas existem exceções a regra que precisam de completação ou uso de fórmulas, mas como disse são excessões, casos expecíficos que tem uma razão e um porque. 






Hadassa segue mamando com 1 ano e 2 meses,sem qualquer uso de leite de vaca e me sinto realizada! Não foi fácil chegar até aqui, mas juntas conseguimos!